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Me de tempo! O caminho da confiança

Comentário ao Evangelho de 14 de abril de 2024

Terceiro Domingo da Páscoa – ano B

Eis que Cristo vive, mas a esperança está morta em você.
Sim, Cristo está verdadeiramente vivo;
mas este Cristo vivo encontra mortos os corações dos discípulos.
Ele apareceu e não apareceu aos olhos deles;
estava visível e oculto ao mesmo tempo

Santo Agostinho,Discurso235,2

Precisamos de tempo

O tempo desempenha um papel fundamental na nossa vida: quando ficamos decepcionados com alguém, precisamos de tempo para recuperar a confiança, quando recebemos uma notícia dramática, precisamos de tempo para recebê-la e lidar com ela, quando nos sentimos abandonados por Deus, precisamos de tempo para encontrar esperança Nele.

As histórias da Páscoa mostram-nos como os discípulos também precisam de tempo para entrar numa nova perspectiva, para recordar o que viveram, para reler os acontecimentos recentes e finalmente chegar a acreditar. A fé em Jesus não é um acontecimento mágico ou imediato, mas é fruto de um caminho, feito também de dúvidas, questionamentos e incertezas.

Hora de passear

O texto de Lucas, que lemos este domingo, continua a falar-nos destas questões: apesar das notícias que chegam, os discípulos são descritos no acto de falar entre si, de discutir e de raciocinar, não são apresentados como crentes ideais que imediatamente dê crédito ao que ouviram. Todos nós precisamos fazer um caminho para acreditar em Jesus, um caminho que não nos proteja das dúvidas, mas que nos leve a viver uma experiência de encontro com o Senhor, que não se resigna à nossa descrença.

Com efeito, o Senhor entra nos nossos raciocínios e nas nossas perplexidades: coloca-se no meio, retoma o seu lugar na comunidade. Como sabemos, as dúvidas e os medos expropriam Jesus do centro dos nossos corações. Há outras preocupações que assumem o controle. Mas mesmo neste caso, vemos como não é imediato que os próprios discípulos reconheçam Jesus, precisamente porque quando somos dominados pela angústia e pela tristeza, o próprio Jesus parece um fantasma nas nossas vidas.

Realidade ou fantasia

Um fantasma é uma presença ineficaz, que pode atingir a nossa imaginação (a raiz é a mesma), mas que não é real. Provavelmente também para nós Jesus tornou-se às vezes um fantasma, uma memória, uma imagem, presente mas ineficaz. Pensamos que o Senhor é apenas fruto da esperança: gostaríamos que Ele estivesse na nossa vida, mas na realidade não há nada.

Il Nemico ci persuade che è solo la nostra speranza che ci fa credere che Gesù sia realmente presente nella nostra vita. Credere che Gesù sia un fantasma vuol dire pensare che Egli non può veramente cambiare la nostra vita. Il Signore diventa un simbolo, un’icona culturale, un elemento di identità, forse anche uno a cui rivolgere preghiere e lamenti, ma nel fondo del cuore sappiamo che tutto questo è inutile, perché è solo un fantasma.

Discernir entre sentimentos

Il cuore dei discepoli è attraversato da molteplici sentimenti. Il testo di Luca dice che sono sconvolti, pieni di paura, turbati, dubbiosi, provano gioia e stupore. Si tratta di sentimenti anche molto diversi tra loro, ma che si combinano insieme, creando una tempesta affettiva. Come non riconoscerci in questa varietà di sentimenti!

Anche il nostro cuore è spesso attraversato da sentimenti diversi, anche nei confronti di Dio. Sant’Ignazio chiamava questi sentimenti mozioni, perché ci spingono in qualche direzione. È importante fermarsi a leggere quello che si muove dentro di noi, è importante riconoscere quali pensieri ci sono dietro questi sentimenti, e discernere così se quei sentimenti vengono da Dio o se vengono dallo spirito cattivo, dal Nemico, che approfitta delle nostre paure per portarci lontano dal nostro bene.

Feridas e compartilhamento

O Senhor sabe que precisamos sentir a sua presença e ser ajudados a reconhecê-lo. Ele faz isso também com os seus discípulos, faz-se reconhecer e fá-lo através de duas formas muito significativas: feridas e partilha. Jesus mostra as suas feridas porque elas falam do amor que ele tinha por nós. Essas feridas, como as nossas, não são inúteis. Eles são o sinal de uma história de amor. Jesus se dá a conhecer como aquele que sofreu por mim.

O segundo gesto é compartilhar, comer juntos. É o sinal de familiaridade, mas sobretudo é um gesto que remete ao Cenáculo, ao lugar onde vivemos juntos e ao lugar onde Ele entregou o seu corpo e o seu sangue.

Estes dois sinais iluminam a história, abrem a mente, convidam-nos a reler o que aconteceu. Claro, isso leva tempo. Jesus convida os discípulos a recordarem as palavras que ouviram, o caminho que percorreram juntos. Acima de tudo, os discípulos de todos os tempos são convidados a reler a paixão de Jesus, a sua morte na cruz e a sua ressurreição.

Precisamos de tempo, mas só através deste caminho, que leva tempo, podemos tornar-nos testemunhas. E é precisamente esta a tarefa que Jesus nos quer confiar: contar o que vivemos.

leia por dentro

  • Dúvida, reconhecimento, testemunho: onde está o meu caminho de fé?
  • Sinto que a presença de Jesus é eficaz na minha vida ou considero isso apenas uma fantasia?

Cortesia © ♥ Padre Gaetano Piccolo SJ

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