Leia e ouça o poema “morre lentamente” de Martha Medeiros
Resumo
Parece um luxo e um privilégio ficar sem fazer nada, sem fazer nada, mesmo evitando ligar o cérebro la manhã acabei de acordar.
Parece, mas não é.
Também para o Cavalheiro acenda as luzes do amanhecer todos os dias, apague-as para abrir espaço para a romântica luz noturna de lua, não é um trabalho fácil, pelo contrário.
Para sair do nosso pseudo-amado todos os dias zonas de conforto devemos amar a nós mesmos, amar o Senhor que nos deu a vida, amar todos os irmãos e irmãs que nos rodeiam: só assim poderemos amar o mundo dentro e fora de nós, e torná-lo um lugar melhor, onde cada coração ter seu próprio espaço.
Marta Medeiros(Porto Alegre20 de agosto de 1961) é um jornalista e escritor brasileiro.
Filha de José Bernardo Barreto de Medeiros e Isabella Matos de Medeiros, é jornalista do jornalZero horade Porto Alegre e parao globodeRio de Janeiro.
Ela se formou em 1982 pelaPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(PUCRS) em Porto Alegre.
Depois de trabalhar na área publicitária, mudou-se por nove meses paraChilee lá ele começou a escrever poesia. voltou paraPorto Alegre, começou a escrever como jornalista ao mesmo tempo em que seguia sua carreira literária.

vamos ler juntos
Ele morre lentamente
que se torna escravo do hábito,
repetindo as mesmas rotas todos os dias,
quem não muda de marca,
que não se arrisca a vestir uma nova cor,
quem não fala com quem não conhece.
Quem evita uma paixão morre lentamente,
que preferem preto ao branco
e os pontos sobre o "i"
em vez de um conjunto de emoções,
apenas aqueles que fazem seus olhos brilharem,
aqueles que transformam um bocejo em um sorriso,
os que fazem o coração bater
diante do erro e dos sentimentos.
Ele morre lentamente
que não vira a mesa,
que está infeliz no trabalho,
que não arrisca a certeza pela incerteza
correr atrás de um sonho,
quem não se permite
pelo menos uma vez na vida
escapar de conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
que não ouve música,
que não encontra graça em si mesmo.
morre lentamente,
que destrói o amor-próprio,
que não se deixa ajudar.
morre lentamente,
que passa os dias reclamando
do próprio infortúnio ou da chuva incessante.
morre lentamente,
quem abandona um projeto
antes de iniciá-lo,
quem não faz perguntas
sobre coisas que ele não sabe,
quem não responde
quando eles perguntam
algo que ele sabe.
Evitamos a morte em pequenas doses,
sempre lembrando que estar vivo
é preciso esforço
bem maior
de simplesmente respirar.
Apenas a paciência ardente trará
após a conquista
de esplêndida felicidade.
Vamos ouvir juntos
